Como o público desbancarizado aquece o mercado brasileiro?
Se você anda buscando alguma forma de rentabilizar mais a sua empresa sem grandes investimentos ou riscos, mas ainda não parou para pensar um pouco mais sobre como é possível ganhar dinheiro com o público desbancarizado, é hora de refletir sobre o assunto.
Essa parcela da população tem movimentado uma boa fatia da economia nacional e talvez seja a hora de você considerá-la um pouco melhor para aumentar as receitas do seu negócio.
No post de hoje, entenda como o público desbancarizado aquece o mercado brasileiro e como você pode tirar proveito desse fato!
Quem é o público desbancarizado
Muita gente pode subestimar o valor transacionado por aquelas pessoas que não têm carteira assinada ou que só não gostam de utilizar bancos.
Pois saiba que existe uma parcela considerável da população brasileira que não possui conta em bancos e são vários os motivos que levam esses cidadãos a continuar longe das instituições bancárias.
Algumas dessas pessoas simplesmente não se sentem confortáveis deixando seu dinheiro em um banco e preferem outras formas de guardá-lo. Normalmente, elas acabam trabalhando bastante com transações em dinheiro vivo mesmo.
Outras, que têm nome sujo junto às agências avaliadoras de crédito, preferem ficar à margem do sistema bancário por se sentirem mais livres para tocar a vida.
Ainda há o caso de pessoas que possuíam contas e usavam os serviços convencionais e, por uma questão de custos, decidiu cancelar suas contas e vive hoje uma rotina já bem-adaptada totalmente fora dos bancos.
O fato é que todo esse volume de trabalhadores informais, autônomos, pequenos empresários e demais pessoas giram um montante expressivo de dinheiro que acaba sendo, por preconceito ou desconhecimento, despercebido por várias instituições.
De que forma o público desbancarizado aquece o mercado
Sem precisar de agências físicas para movimentar valores, o público desbancarizado pode operar normalmente por meio de dinheiro vivo, cartões pré-pagos e até cartões de crédito, ainda que sem um banco por trás.
Com iniciativas provenientes da década de 90, com o auxílio de algumas corporativas e outras instituições de cunho mais social, o Brasil hoje vive uma grande revolução de serviços totalmente voltados aos desbancarizados — é possível encontrar várias opções com alto nível de sofisticação e baixo custo para atender a esse público.
Com muito menos burocracia, maior agilidade, taxas e custos mais baixos para a utilização de soluções, sistemas completos de atendimento e até serviços de crédito são movimentados no mercado por pessoas que simplesmente não utilizam bancos.
Dessa maneira, o sistema financeiro vem conseguindo dar assistência e colher bons resultados trabalhando com o público desbancarizado.
Um dos pontos ainda a ser destacado é o fato de a inadimplência não ser um grande entrave. Embora existam pessoas que acreditem que esse público seja mau pagador, as taxas de devedores não são nada desanimadoras até mesmo porque muito do dinheiro transacionado é pago antecipadamente, o que elimina os riscos.
Como anda o poder de compra do público desbancarizado
No último estudo realizado pelo IBGE, havia no país em torno de 60 milhões de desbancarizados, todos acima dos 18 anos de idade. Ainda foi apurado que sua renda anual girava por volta de R$ 665 bilhões, uma cifra do porte de PIBs como o de Hong Kong, de Cingapura ou do Chile.
Concentrada predominantemente na classe C da população, classe essa que demonstrou um crescimento considerável na última década pela ascensão expressiva de uma parte da classe D, os desbancarizados detêm uma renda média muito próxima à de toda a população do Brasil
Para entender melhor esse panorama, basta considerar que a classe C da população, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, gira em torno de pouco menos do que 100 milhões de pessoas com uma renda mensal entre R$ 1.064 e R$ 4.591.
Estamos falando de vários profissionais e famílias que se sustentam com pequenos negócios, comércios locais, trabalhadores informais, serviços de complexidade mediana e outras coisas do tipo.
O papel dos cartões pré-pagos
Uma das ferramentas mais práticas e difundidas para operar a economia sem bancos é o cartão pré-pago. Aquele que carrega créditos em dinheiro, mas que oferece mais segurança do que andar com notas na carteira.
Um dos seus produtos mais conhecidos e já bem-aceito em todo o país é o cartão para recarga de celular. Não sendo nenhuma novidade, a modalidade é utilizada há muitos anos e foi bastante importante para que outras soluções pudessem também ganhar espaço e confiança no mercado.
Outra maneira de usar soluções livre de bancos é o cartão presente, chamado também de gift card. Muito conhecido pelo varejo, ele oferece duas modalidades de utilização. Uma delas é a compra de cartões de marcas terceiras, quando o cliente adquire créditos para usar serviços de outras empresas por meio de plásticos já previamente carregados.
A outra opção do gift card é utilizá-lo como um vale presente do próprio varejista. Assim, uma loja pode oferecer um cartão de marca própria para que uma pessoa ofereça créditos reais de compra para alguém. Pode, inclusive, servir como bônus aos funcionários.
Essa modalidade é muito interessante, pois além de ser responsável por um aumento do seu mix de produtos, sem ser necessário você ter que efetuar realmente a compra e a revenda de qualquer item, ajuda a trazer mais clientes para o seu estabelecimento e também a aumentar o seu ticket médio de vendas.
Isso porque quando alguém ganha um destes cartões, normalmente, acaba gastando mais um pouco para completar a compra ou pode até se interessar por mais itens ao ir à loja trocar o valor presenteado.
Além dessas funcionalidades, alguns cartões podem ser utilizados até mesmo para fazer compras na internet e transferências como DOC e TED, mediante baixas taxas de operação.
Como você pôde perceber, este mercado voltado ao público desbancarizado possui um grande espaço a ser explorado e boas ferramentas já construídas e ajustadas.
Com um pouco de entendimento e adequando as soluções ao seu negócio, provavelmente você conseguirá extrair melhores resultados sem precisar de investimentos pesados em novos produtos ou serviços complicados e que demandam grande tempo de retorno.
Agora que você já entende melhor sobre o assunto, ajude alguns parceiros a conhecer mais sobre o público desbancarizado e suas oportunidades dividindo este conhecimento em suas redes sociais!